FELINTO DA SILVEIRA BARROS NÃO MERECE TER PLACA, EM AVENIDA COM SEU NOME, SENDO RETIRADA DE LOCAL ONDE FOI HOMENAGEADO, VAMOS CONSERVAR A HISTÓRIA DO MUNICÍPIO. POIS, ASSIS BARROS, EM NOME DA FAMÍLIA, SOLICITA QUE A ATUAL GESTÃO MUNICIPAL (QUE É DOTADA DE SENSIBILIDADE, ATENÇÃO E APREÇO PARA OS FATOS INERENTES AO MUNICÍPIO) REVEJA A SITUAÇÃO, PASSANDO A HOMENAGEAR FELINTO DA SILVEIRA BARROS, COLOCANDO SEU NOME EM ESPAÇO PÚBLICO COMO PRÉDIO, PRAÇA E OUROS DE RELEVÂNCIA, TENDO EM VISTA AS RAZÕES A SEGUIR.
AS PROEZAS DE FELINTO DA SILVEIRA BARROS
Homem que além de ser agropecuarista, Senhor de engenhos de Cana (Mestre de Caldeira) e Farinha, ter o dom da reza, tinha a habilidade da arte de pedreiro, chegando a participar da construção da sua Casa Grande no Sítio Nevoeiro.
O prestador de serviço na extração de dente. Tinha um alicate, daqueles normais usados em qualquer manutenção. Mas era utilizado na extração de dente, claro que esterilizado com álcool, vinagre etc. Arrancava dente inflamado; “caco de dente”, “de leite”; tanto dos filhos, como de qualquer um que lhe pedia socorro.
A PARTICIPAÇÃO ATIVA NA FUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO
Em 1929, os
herdeiros de Joaquim Manoel de Barros Lima, entre eles Felinto da Silveira Barros, juntamente com a comunidade,
sentindo a necessidade de uma religião reivindicaram a construção de uma
capela no povoado, colocando Nossa Senhora da Conceição como a Santa Padroeira.
Felinto da
Silveira Barros, sendo um dos herdeiros,
administradores da Fazenda (Olho d'Água do Borges), recebeu o convite do
padre Francisco Scholz do Convento do Lima, em Patu, para, juntos com os moradores
edificarem uma capela (lugar, onde hoje se encontra a nossa Igreja) em frente à
casa da Fazenda de Joaquim Manoel de Barros (que tinham ela como a casa de Deus
- Casa de Rezar, para a prática da religião católica, num salão ao lado. Casa esta, onde o
filho Felinto da Silveira Barros morava, e que eu já a conheci, sendo do Sr.
Júlio Fernandes da Costa) e criar também uma pequena feira - local do antigo Mercado Público e Barracâo - para os moradores e
circunvizinhos.
DOS CACIMBÕES
Em 1938, quando a Vila de Olho d'Água do Borges pertencia ao domínio de Patu, a comunidade requereu que fosse feito um cacimbão na várzea (terreno de baixio) de propriedade do Sr. Felinto da Silveira Barros, a fim de fornecer água à comunidade. Felinto já casado, com filhos, resolveu ceder o local, e o povo da Vila em sistema de mutirão perfurou o cacimbão.
"Na Vila Olho d'Água do Borges, em 1941, a Prefeitura construiu, em excelente local que lhe foi doado pelo Sr. Felinto da Silveira Barros, um cacimbão, com tampa apropriada, que serve de fonte de abastecimento d'água à sua população." (Anfilóquio Câmara, em seu livro Cenários Municipais). Na época então, a Prefeitura de Patu.
DO PODER DA CURA
FELINTO DA
SILVEIRA BARROS – Trazia consigo a vocação espiritual com o poder da cura. Todo
ano, na noite de São João era devoção dele, passar à noite toda rezando as
pessoas.
Na casa Grande do
Sítio Nevoeiro era feita uma fogueira de uns dois metros de altura, com capacidade
para queimar à noite inteira. Defronte a esta fogueira, em chamas, era colocada
uma cadeira, pegando um pouco o calor da fogueira. A pessoa que acreditava era
curada ao sentar-se na cadeira para receber a reza do Sr. Felinto que
acompanhado de sua esposa Isaura Evarista de Barros colocavam uma pequena cruz
de madeira de uns 10 centímetros por 7 cm sobre a cabeça do suposto ou suposta
doente e, derramavam vagarosamente um copo de água bem fria, tirada da “quartinha
de barro”, ao mesmo tempo em que Felinto fazia as suas orações, benzendo a pessoa;
esta se tremia toda com a água “gelada”, ficava toda molhada e deixava a roupa
secar no corpo, mas não reclamava, porque ficava curada com o passar dos dias.
As doenças mais frequentes que apareciam nos pacientes eram: asma, bronquite,
dores no corpo, espinhela caída e, feitiço (nas crianças).
A meninada toda
brincava no terreiro e ao redor da fogueira, inclusive eu; as moças, rapazes, senhores
e senhoras, tomavam-se por compadre; crianças eram tomadas como afilhadas;
durante a noite eram feitas várias rodadas de café, até janta aparecia para determinadas
pessoas.
Chegavam Jipe (Jeep), rural e caminhão carregados de pessoas de várias cidades, como de Rafael Godeiro, Patu, Umarizal, Caraúbas, Almino Afonso, Lucrécia, Martins, Frutuoso Gomes, etc. Muitas mandavam avisar pelas pessoas que iam no ano seguinte, que estavam curadas. Felinto fazia tudo isto sem exigir nenhum pagamento, era por pura vontade, alguns traziam alguma lembrança para ele, mas este não exigia tais recompensas. Todas as pessoas que recebiam a reza do casal, a partir daquele momento tornavam-se afilhadas dele.
Segundo DEDÉ GONZAGA (fato contado em sua casa, sentado em uma poltrona, em junho/2006), uma vez ele (quando jovem) se encontrava em casa (Fazenda Bela Flor) com o queixo muito “inchado” e doendo insuportavelmente. Estava havendo uma grande festa (baile) na região e os pais dele não o deixavam ir a tal evento, apesar do mesmo implorar muito. Então, coincidentemente Felinto chegou à sua casa e viu aquela situação, chamou Dedé Gonzaga e colocou a mão por certo tempo no queixo dele, fez umas orações, e disse ao Sr. Chico Gonzaga e esposa: “Esse menino vai ficar bom e vai para a festa com seus irmãos”. Felinto seguiu viagem e, ao voltar, perguntou sobre o garoto, este apareceu são e salvo, o dente tinha explodido, foi pedaço para todo lado, o queixo desinflamado e, Dedé finalmente foi à festa.
A PARTICIPAÇÃO NOS LIMITES DO MUNICÍPIO
Foi delineador das fronteiras do Município, na época da Intendência. (FILHO, Petronilo Hemetério. História do Município de Patu. P. 35, 2ª. ed. 2005).